Sandra
Cinto

(1968-) Nasceu em Santo André, SP. Vive e trabalha em São Paulo

Ao longo de sua carreira, Sandra Cinto desenvolveu um rico vocabulário de símbolos e linhas para criar paisagens e narrativas líricas que pairam entre a fantasia e a realidade. Usando o desenho como ponto de partida, a artista torna intrincados e hipnotizantes ambientes de paisagens marítimas turbulentas, violentas chuvas e céus celestiais que frequentemente se envolvem com a arquitetura ao redor, criando um efeito desorientador e a ilusão de um universo sem peso e em espiral. Evocando histórias e contos das dificuldades e redenção humanas, essas paisagens fantásticas servem como uma metáfora para a odisseia humana, ao mesmo tempo em que empurram os limites e as possibilidades de desenho.

A pintora, escultora e desenhista atua no laboratório de estudos e criação da Pinacoteca do Estado de São Paulo e no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP). A artista trabalha também com instalação, fotografia e gravura. Entre seus muitos projetos e comissões públicas, os mais notáveis são: The Great Sun, 2016, encomendado pelo Departamento de Educação de NYC e o Programa de Arte Pública para Escolas Públicas de NYC; One Day, After the Rain, encomendado pela The Phillips Collection em Washington, D.C. (2012-2013); Encontro de Águas no Pavilhão do Parque Olímpico do Museu de Arte de Seattle (2012-2014); A Casa das Fontes, uma instalação de arte concebida para a Casa do Sertanista em São Paulo (2013); Quando a Noite Chegar ao Meu Quarto, uma comissão pública externa para a Obra Viva/ Esculturas Públicas no Parque Ecológico Municipal Estoril em São Bernardo do Campo (2012); e Japonismo, uma obra pública para a piscina do SESC em Santo André, SP (2011).

Sandra Cinto iniciou sua trajetória nos anos 90, criando desenhos de céus e nuvens contidas em caixas e armários. Seu trabalho se destaca por ter sido ampliado para abranger suportes imprevisíveis. A artista frequentemente se apropria da fotografia, utilizando imagens associadas a outros objetos, que acabam tornando-se elementos de suporte que unem e difundem narrativas infinitas nunca concluídas, comumente configuradas como soluções para espaços específicos. O corpo de trabalho da artista abraça a desestruturação de alguns conceitos formalistas, especialmente aqueles voltados para a busca das especificidades das linguagens, enquanto combina vários procedimentos e técnicas em obras onde sonho e realidade parecem coexistir em harmonia silenciosa e contraditória.

Para o Rosewood São Paulo, Sandra Cinto criou azulejos para a área da piscina do Belavista Rooftop Pool & Bar e uma coleção de porcelanas na Art Library. A artista dedicou-se por quase seis anos ao projeto, que reúne mais de 500 m2 de cerâmicas pintada à mão e serigrafia. O trabalho inclui pisos, bancadas, bordas das paredes laterais e uma piscina. Ela produziu os azulejos em colaboração com a Cerâmica Antigua, conhecida por seu compromisso com a sustentabilidade. Seus desenhos finais foram impressos em escala 1:1 e transferidos para os azulejos brancos lisos. Cada peça foi então pintada individualmente à mão pelos artesãos de uma fábrica de ladrilhos localizada no interior de São Paulo.

A artista baseia sua prática criativa em paisagens e fenômenos naturais. Esses elementos visuais ancoram as composições que ela criou para o rooftop do Rosewood São Paulo — desenhos inspirados pelo movimento das ondas oceânicas, o ciclo dos rios e a exuberância da fauna e flora brasileiras. A intenção de Sandra Cinto foi criar um trabalho imersivo, no qual todos pudessem acessar memórias e projetar seus sentimentos e desejos ao caminhar pelos azulejos ou ao experimentar o prazer da piscina.