Laura
Vinci

(1962-) Nasceu em São Paulo, onde vive e trabalha

Mais conhecida por suas esculturas, grandes instalações e intervenções site-specific, Laura Vinci é uma artista multimídia, pintora, desenhista, gravadora, cenógrafa e diretora de arte.

Sua pesquisa explora a relação entre o corpo, a impermanência e o espaço. Vinci vê este último como um organismo complexo que medeia as interações entre os elementos que o habitam, tudo isso enquanto permanece suscetível ao constante passar do tempo. O trabalho da artista investiga como a matéria se move ou é alterada, demonstrando sua natureza transitória e estimulando novos entendimentos de nosso entorno.

Formada em artes plásticas na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) e com mestrado na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA–USP), Laura Vinci iniciou sua carreira artística em meados da década de 1980, dedicando-se inteiramente à pintura. Ao invés de se voltar para a representação simbólica, a artista procurou alcançar peças quase tridimensionais, levando-a rapidamente a se concentrar na escultura. Seu interesse em mudar as coisas é notavelmente visível na ideia de erosão e no conceito de condensação, ambos presentes em seu uso de bobinas de resfriamento que formam palavras congeladas. Esses interesses também caracterizam o trabalho de Vinci com o Teatro Oficina, onde ela assumiu o papel de diretora artística, participando dos trabalhos de cenografia e de figurino do teatro.

Para o Rosewood São Paulo, Vinci criou uma série de trabalhos nos corredores do 5º andar – ela coletou folhas e galhos dos jardins da Maternidade Matarazzo antes do início dos trabalhos de construção no local. Então, produziu réplicas das folhas e galhos suspensos no ar por finas correntes, usando ouro como acabamento, dando, assim, a impressão de que todos eles estão flutuando no ar. Laura trouxe um surrealismo tão poético às suas criações que nos faz sonhar em corredores que levam aos apartamentos do 5º andar.

Laura Vinci descreve seu trabalho: “A versão em folha única instalada em um dos edifícios da antiga maternidade, que hoje faz parte do Cidade Matarazzo e do Rosewood São Paulo, foi especialmente projetada para ocupar o 5º andar do edifício. Escolhi uma das árvores que pertencem ao jardim original da maternidade para reproduzir — em latão fundido banhado a ouro — suas folhas e pequenos galhos. Ocupando os três longos corredores que dão acesso aos quartos do novo hotel, instalei mais de 100 folhas e alguns galhos pendurados em pequenas correntes presas diretamente no telhado do edifício. A ideia era trazer para o espaço uma versão delicada da vegetação exuberante que faz parte de todo o complexo. Uma provocação sobre a importância de criar paradigmas sobre nossa relação com a natureza. As folhas únicas são para mim relíquias do futuro”.